Sábado 14 de Junho: shows: PIC NIC + MANCO CAPAC

PIC NIC deve ser a banda que mais tocou na Baratos: a cantora Guidi Vieira trabalhou no sebo no início do século, quando metade da banda morava em Copacabana e a revista MOSH! co-produzia os fuzuês.

Combo dos mais célebres do indie rock carioca, o PIC-NIC lançou fins de maio o álbum “Volta”, pela Novevoltz Records em parceria com a Bonde Music. O disco, produzido pelos guitarristas Miguel Afonso e Paulo Gehm, é o primeiro registro composto exclusivamente de inéditas desde o retorno do grupo, em 2021, após uma pausa que durou 14 anos.

 “Ao mesmo tempo que resgatamos o som que fazíamos lá no começo dos anos 2000, o período em que estivemos separados permitiu que cada um trouxesse novas e diferentes influências, então este novo álbum é meio que um caleidoscópio, um vislumbre do futuro”, explica o baixista Flavio Chokkito.

Sobre o single “Aniquilação”, com videoclip dirigido por Rabu Gonzales, diz Guidi: “É sobre haver até algum prazer em ver tudo acabando, o alívio final após tanta apreensão pela espera de um evento catastrófico. E poder viver esse momento apocalíptico ao lado de quem se ama”. Aqui a banda utilizou pela primeira vez arranjos de metais, nesta canção que Miguel descreve como ‘punk-disco-grunge’.

Agora, com a palavra: Luiz Thunderbird:

“O sonho do jovem moderno de ter uma banda, de fazer parte de um clube e ser alguém nesse clube, é algo muito importante. Pelo menos pra algumas pessoas. Eu lembro de quando era cirurgião-dentista e só pensava em montar uma banda. Em meados dos anos 80 o rock

nacional estava fervendo e as bandas ocupavam espaços cada vez maiores na mídia. Mas eu gostava mesmo das bandas mais alternativas. Tinha o Ira!, mas eu preferia o Smack. Tinha o Kid Abelha, mas eu preferia As Mercenárias. Tinha a Legião Urbana, mas eu preferia os Voluntários da Pátria. Eu gostava de todos eles, mainstream ou underground, claro! Eu gostava mesmo da ideia de montar minha própria banda. E isso acabou acontecendo. Depois de um tempo, fechei o consultório e parti pro rock’n’roll. Minha banda completa 39 anos de estrada no momento em que escrevo esse texto.

Já a banda PIC-NIC veio na virada de uma década, de um século, de um milênio, um momento louco do rock no mundo todo. A gente conheceu os Strokes, por exemplo. Eles tomaram de assalto a MTV e as paradas de sucesso no mundo todo. No Brasil, esse foi um momento em que Los Hermanos superaram o sucesso de “Anna Julia” com um disco importante, o Bloco do Eu Sozinho. O rock brasileiro teve o estouro do hardcore com CPM-22, NX Zero, Fresno, Pitty. Teve a banda gaúcha Cachorro Grande e seu rock sessentista, Júpiter Maçã voava do experimental Hisscivilization para o pop com Uma tarde na fruteira.

Distantes dessas tendências mercadológicas ou experimentalismos, esses jovens cariocas da PIC-NIC gravaram o primeiro disco, foram bem recebidos, apareceram na MTV, chamaram a atenção dos festivais independentes, circularam pelo país, criaram um público e se engajaram na cena indie. Mais que isso, superaram o desafio do segundo disco, que costuma aniquilar algumas bandas. Eles, não! Prosseguiram na missão de se divertir e divertir a seus seguidores. Mas em 2007 houve um distanciamento entre eles, que durou muitos anos, mas também os trouxe de volta, quando o guitarrista Miguel achou todo o material com os registros do álbum gravado parcialmente por eles antes da pausa. Um disco por terminar, uma questão pra se resolver, uma razão pra voltar a fazer um som com a banda, voltar aos palcos, se divertir a valer, extravasar as emoções, colocar as conversas em dia, tudo isso trouxe a PIC-NIC de volta à vida em 2021. Ainda bem!

A decisão de gravar um novo disco, com sonoridades consolidadas, novas inspirações, novo fôlego, novas tendências e espírito renovado deve ter sido muito fácil. Vamos lá, amigos! Excelentes músicos, se entenderam muito bem. Baterista firme [o monstro Robson Riva], linhas interessantíssimas de baixo, guitarras afiadas, a voz da Guidi trazendo aquele clima new wave, tudo muito bem arranjado e executado.

A modernidade se instalou na PIC-NIC. Não falta mais nada para que a banda siga seu caminho, seja ele no underground ou alçando voos mais audaciosos. Com vocês, o disco Volta, da PIC-NIC!”

MANCO CAPAC

Foi a banda que reinaugurou a Baratos como centro cultural, finda a Pandemia: em dezembro de 2021. Foi esse também o primeiro show do então duo – pelo menos o primeiro fora de um quintal, garagem ou sala de estar. 😉  Por sugestão de Mathias Oiticica, então com apenas 19 anos e trabalhando no sebo há poucas semanas.

Manco Capac (nome do fundador do Império Inca, no século XIII) retorna ao casarão amarelo como quarteto: Ricardo Lannes (vocais, guitarra, efeitos) e João Diégues (vocais, sampler, guitarra) receberam o reforço de Carlos Renan (vocais, mixagem, efeitos, percussão) e João Speltri (bateria, também membro do projeto de hardcore alemão Pisscharge). O repertório também cresceu! (O show de estréia durou apenas – espléndidos – 15 minutos!!!)

A banda continua explorando o pop psicodélico, experimentando com influências que vão do doo wop à lisergia setentista, mas com uma mais ou menos sutil (mais no início da carreira, menos agora) pegada eletrônica, o que lhes garante um frescor super contemporâneo. Alternando climas mais abstratos com explosões sônicas, brilham também por suas vibrantes melodias e letras surreais e existencialistas.

https://linktr.ee/mancocapac

@mancocapac

ENTÃO É NO SÁBADO 14 de junho, às 18h, na Rua 19 de Fevereiro 90, na esquina com a Voluntários da Pátria, em Botafogo. ENTRADA FRANCA.