Ouça e veja Saulo Aride: em cartaz no Teatro dos Grandes Atores e no PodCast no Clube do Vinil

Publicado por Maurício

Tópicos: Clube da Leitura, Clube do Vinil, O livreiro indica, Teatro

Até outro dia, Saulo Aride se dividia entre a carreira de advogado e a banda Aura B. Até que, apaixonado que é pela literatura, decidiu ganhar o pão de cada dia escrevendo ficção. Elaborou um plano: mandou o Direito às favas, botou o violão em banho-maria e se ofereceu como roteirista para alguns canais de televisão. Frequentador do evento literário que o Sebo Baratos da Ribeiro promove às terças-feiras, teve dois contos (“Dez caras” e “Boa noite”) incluídos na antologia “Clube da Leitura: Modo de Usar, Vol. 1”.
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Aliás, “Comeback Special” é o nome de um conto de Saulo, publicado no blog do Clube da Leitura. Clica aí:
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www.baratosdaribeiro.com.br/clubedaleitura
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Mas apesar de ter tomado as rédeas de seu destino, Saulo sabe aproveitar o que o acaso lhe oferece. Alguns meses atrás ele foi convicado por um amigo ator para dar uma mexida num texto de criação coletiva que estava meio empacado. A experiência acabou transformando o excelente contista e roteirista num dramaturgo igualmente promissor. Depois de ter passado por 6 cidades (do Nordeste ao Pantanal), a peça “Rádio no Ar” chega agora ao Rio de Janeiro. A curta temporada será nas sextas e sábados de agosto e setembro, às 23h, no Teatro dos Grandes Atores – no Shopping Barra Square, na Avenida das América, em frente ao barra Shopping. No blog na peça existe um flyer virtual que dá direito a um descontão:
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www.assistaradionoar.com.br
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E não fica por aí. Na semana retrasada aconteceu na Casa da Gávea a leitura do monólogo “Ele: ninguém é solidário na minha solidão”. O texto foi escrito por Saulo em parceria com o ator Duda Ribeiro (atualmente em cartaz com “Dona Flor e seus dois maridos), e foi inspirado em grande parte na experência de Duda como professor de teatro em manicômios judiciários. Na verdade uma belíssima história de amor (com toques de ficção científica que remetem ao “Matadouro Número 5” do Kurt Vonnengut), a peça está sendo preparando para o início do próximo ano. Antes disso, entretanto, você poderá conferir “Esperando Godot” que Léo Thierry montará aqui mesmo, dentro do Sebo Baratos da Ribeiro!
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MAS E O ROCK’n’ROLL, COMO FICA?
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Pois é, estamos aqui pra lhe contar das novidades no PodCast:
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www.baratosdaribeiro.com.br/clubedovinil
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Como DJ, Saulo Aride agradou às 2 facções que marcam ponto no Clube do Vinil: a dos mudernos e a dos falsários. Esta última é liderada por Nuno Lisboa e está espiritualmente ligada às raízes do rock´n´roll, em especial à tradição americana gestada ao longo da Route 61 – que começa em New Orleans, onde o jazz nasceu, passa pela capital do rockabilly, Nashville, e termina onde o blues se eletrificou, Chicago. Este bloco começou na verdade no Texas (com Doug Sahm), atravessou as pradarias rednecks (Reverend Beatman recriando Elvis), se politizou com o blues do Gill Scott-Heron e chegou no R&B barra-pesada de Ike & Tina Turner. Até que uns bretões como os Yardbirds resolveram reinventar o rock… Na guinada para a mudernidade, o alemão King Khan vira tudo do avesso e Jonathan Richman comenta a onda dos telefones celulares. Fechando, uma canção de um dos recentes clássicos do indie rock, do disco folk-psicodélico “In the airplane over the sea”, do Neutral Mik Hotel.
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Não acompanho campeonatos de futebol, e o único time que já me levou a um estádio foi o Burro da Central, mas tenho a impressão de que a rixa entre Buda e Nuno se parece com aquela entre o Botafogo e o Fluminense. Ambos roqueiros devotos, só unem forças contra o Flamengo, ops, contra a cafonice da Rádio Nativa. Para André Buda, catequizado pela Rádio Maldita em seus anos áureos, o elogio máximo para a arte é ser moderna. Saulo Aride soube massagear os ouvidos da turma muderna: um delicioso momento disco da indie Rilo Kiley, um dos poucos momentos animados do Little Joy e uma trinca de canções do que parecer sua banda predileta deste s[eculo, o Strokes. Antes de devolver as pick-ups, pede bençõs aos santos fortes do pré, pós e punk mesmo: Velvet Underground, Talking Heads, Sex Pistols e Clash. DJ Ácaro pega a fio da meada com a pancadaria do Anti-Nowhere League, segue com o power-pop também pesado do Wir Sind Helden (banda alemã cantando em alemão) e deságua em indie rock bom de rebolar: Belle & Sebastian, Housemartins e Miracle Legion. E Foxboro Hot Tubs, curtiram? Pasmem, trata-se do Green Day fazendo rock retrô – como a Pipettes, que soa uma produção do Phil Spector mas é um trio atual de lindas meninas. 55 min.
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DJ Ácaro harmonizou o cardápio com 2 sets bem distintos. Neste primeiro momento: clássicos do Delta do Mississipi (Lynyrd Skynyrd e Crazy Horse), bandas que reinventam a tradição sulista americana (The Thrills e Beirut), grandes bardos da era pré-new-wave (Jonathan Richman e Bruce Springsteen) e caras do post-punk que viraram o rock sulista do avesso (The Dream Syndicate e Soft Boys) – Tom Waits encerra o segmento com um esfumaçado blues de cabaret.

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