Novidades no acervo, 10 de julho: LPs IMPORTADOS (180g), aos montes!!!

Publicado por Maurício

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Acabamos de receber uma centena de LPs importados.

Tem de tudo.

Todos esses discos incríveis em prensagem atual e de alta qualidade.

MAS ATENÇÃO: a fanpage e o site da Baratos são apenas institucionis. Caso algo realmente lhe interesse, VISITE A LOJA!

Estamos na Rua Barata Ribeiro 354, em Copacabana.

É de quem chegar primeiro!!!

Esses títulos estarão em breve disponíveis no Portal Prefiro Vinil:

http://www.prefirovinil.com.br/

(se não forem vendidos antes! Portanto: CORRA!)

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Apenas ALGUNS exemplos:

1 Darwin Deez

Afro Latin Vintage Orquestra

 

1 Alex Chilton_Free_Again

Easy-star-all-stars-thrillah

 

Diana Krall rag doll

 

Cut-Copy-Zonoscope

cibo-matto-hotel-valentine

 

Chico_Trujillo-Gran_Pecador_270

 

Charlie-Parker-Bird-At-St-Nicks-383971

 

Cat Power

 

Built to Spill keep it a secret

 

Booker T MGs Soul Limbo

 

Black-Label-Society-Blessed-Hellride

 

Black Uhuru - 1981 - Black Sounds Of Freedom

 

Billy Bragg mrloveandjustice

 

Betty Davis

 

belle-and-sebastian-the-boy-with-the-arab-strap-album-cover

 

Bauhaus-Crackle

 

bad-religion-true-north

 

Arcade Fire Neon Bible

 

Amos Lee

 

Amy_Winehouse_-_Back_to_Black_Deluxe_Edition

 

alt-j-an-awesome-wave

 

Alkaline-Trio-My-Shame-is-True

 

Akon konvicted

 

agnostic front dead yuppies

 

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1 peanuts-proud-records

Sobre música e sexo:

Me ocorreu agora há pouco, enquanto abria as janelas, me servia de mais uma xícara de café e olhava pra pilha de LPs que acabo de conseguir, e ainda não tive tempo de escutar.

É possível que você tenha tido um único momento com alguém, e que tenha sido fantástico. Uma única trepada sensacional, parte de uma história breve, de um só capítulo. Ambos estavam inspirados e bem dispostos, as circunstâncias ajudaram, mil afinidades corpóreas se revelaram ao menor esforço.

Mas é raro. Via de regra, mesmo havendo química, é pela quantidade que se alcança a qualidade. Conforme o casal “se estuda”, ajustes vão sendo feitos: ritmo, coreografia e até os temas se aprimoram. Cria-se um código de olhares e gestos sutis, que orientam cada movimento, alteram os rumos de cada performance.

Acho que a dinâmica é parecida, quando se trata de música.

Você pode viver um momento de júbilo ao escutar uma canção pela primeira vez. Quando o acaso lhe apresenta uma trilha sonora que traduz com perfeição seu estado de espírito, ou, com mais sorte ainda, essa sintonia se aplica ao contexto. É a canção que você dançou na College Rock Party, abraçado aos amigos. É a canção que tocava no seu i-pod enquanto sacava aquela garota incrível, e veja só, ela correspondia com o olhar. É a canção que salvou aquele dia terrível, quando ecoou do apartamento vizinho, te explicando o que era aquele nó em sua garganta.

Mas se a canção te comove, é porque ela é um portal para certos sentimentos, dilemas e idéias que provavelmente te acompanharão ainda por muito tempo. Você dificilmente vai “resolve-los” de uma tacada só.

Você vai voltar àquela canção, e a jornada ainda vai render muito o que pensar e sentir. Sobre a vida, mas também sobre os sons, acordes, harmonias, timbres etc. Assim como ao ver um filme ou um quadro pela enésima vez, você percebe algo significativo no segundo plano, num detalhe, talvez até irrelevante para a compreensão geral da obra, mas que foi uma contribuição consciente do artista, e contribui para tornar a obra tão impactante.

E é aí que está a importância em ter a canção. Não estar à mercê do ocaso. Esperando que o rádio, o DJ ou o vizinho dê novamente o play. Ela precisa estar ali, para quando você precisar. (E talvez você só se dê conta de que precisava depois escutar.)

Então ok: você baixa umas dezenas de tracks por dia, as acrescenta ao HD externo, junto das outras milhares. E espera que o shuffle do media player a resgate, um dia. Só que estar à mercê do shuffle não é muito diferente de estar à mercê do rádio, do DJ ou do vizinho.

Mas você cria umas playlists, certo? Então, pelo que entendi, você cria seus próprios “discos virtuais”.

Mas voltemos ao sexo: cada amante tem suas “jogadas de mestre”, algum lance que ninguém mais faz tão bem. E você só pode imaginar como seria o amante perfeito, reunindo as características prediletas de cada parceiro(a) do seu currículo. Como eu posso imaginar uma banda com o Bruce Springsteen no vocal, o Mark knopfler na guitarra solo, o Johnny Marr na guitarra rítmica o Peter Hook no baixo e o Don Brewer na bateria (sem pensar muito: só puxei uns caras que admiro). Mas não vai acontecer. A realidade se impõe.

Até porque só temos acesso às pessoas no encontro, e o encontro mexe com as pessoas. Aquela namorada talvez só tenha sido tão incrível porque era a SUA namorada. Talvez com outro ela seja uma péssima namorada! O bom sexo é sempre mérito de ambos, e é apenas parte do encontro – o papo antes e depois, a história prévia, tudo isso possibilitou aquele momento. E toda canção traz algo do contexto em que ela nasceu. Conhecer o artista, a época, o assunto que ela aborda e, mais importante, as outras canções que a acompanham no disco, enriquecem a audição, como conhecer melhor o amante resulta em um sexo melhor.

Ter o disco em casa é como estar namorando.

É estar num relacionamento de corpo & alma, por inteiro.

Com uma vantagem: o relacionamento amoroso – via de regra! – exige a monogamia. No caso da música, não. Você pode ter um monte de discos ao mesmo tempo. Na verdade, para dar conta de toda a complexidade da vida, você PRECISA de muitos discos.

Mas é claro que se você chegar aos 80 anos tendo tido 12 casamentos, provavelmente nenhum desses casamentos terá valido muito a pena. Do mesmo modo, se você acumula um zilhão de terabytes de música, provavelmente não está escutando nada direito.

Mas é claro: algumas pessoas tem mais amor pra dar do que outros….

Maurício Gouveia

Gerente do sebo Baratos da Ribeiro, DJ eventual e autor dos artigos publicado no blog “Porque de nada Sirve Escaparse de uno Mismo”:

http://aptovazio.blogspot.com.br/

 

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